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EAD-um breve resumo
EAD-um breve resumo

 

Seja Bem Vindo!

 

1. INTRODUÇÃO

A educação a distância é um recurso de incalculável importância como modo apropriado para atender a grandes contingentes de alunos de forma mais efetiva que outras modalidades e sem riscos de reduzir a qualidade dos serviços oferecidos em decorrência da ampliação da clientela atendida. A escolha da modalidade da educação a distância, como meio de dotar as instituições educacionais de condições para atender às novas demandas por ensino e treinamento ágil, célere e qualitativamente superior, tem por base a compreensão de que, a partir dos anos sessenta, a educação a distância começou a distinguir¬-se como uma modalidade não ¬convencional de educação, capaz de atender com grande perspectiva de eficiência, eficácia e qualidade aos anseios de universalização do ensino e, também, como meio apropriado à permanente atualização dos conhecimentos gerados de forma cada mais intensa pela ciência e cultura humana.

2. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A educação a distância não surgiu no vácuo (Keegan 1991,11), tem uma longa história de experimentações, sucessos e fracassos. Sua origem recente, já longe das cartas de Platão e das epístolas de São Paulo, está nas experiências de educação por correspondência iniciadas no final do século XVIII e com largo desenvolvimento a partir de meados do século XIX (chegando aos dias de hoje a

utilizar multimeios que vão desde os impressos a simuladores on¬line, em redes de computadores, avançando em direção da comunicação instantânea de dados voz¬imagem via satélite ou por cabos de fibra ótica, com aplicação de formas de grande interação entre o aluno e o centro produtor, quer utilizando-se de inteligência artificial-IA, ou mesmo de comunicação instantânea com professores e monitores).

3. ALGUMAS EXPERIÊNCIAS NO SÉCULO XX

Do início do século XX, até a Segunda Guerra Mundial, várias experiências foram adotadas desenvolvendo¬-se melhor as metodologias aplicadas ao ensino por correspondência que, depois, foram fortemente influenciadas pela introdução de novos meios de comunicação de massa, principalmente o rádio, dando origem a projetos muito importantes, principalmente no meio rural. A necessidade de capacitação rápida de recrutas norte-¬americanos durante a ll Guerra Mundial faz aparecerem novos métodos (entre eles se destacam as experiências de F.Keller para o ensino da recepção do Código Morse, v. Keller, 1943) que logo serão utilizados, em tempos de paz, para a integração social dos atingidos pela guerra e para o desenvolvimento de capacidades laborais novas nas populações que migram em grande quantidade do campo para as cidades da Europa em reconstrução.

4. AS EXPERIÊNCIAS EAD NO BRASIL

No Brasil, desde a fundação do Instituto Rádio¬Monitor, em 1939, e depois do Instituto Universal Brasileiro, em 1941, várias experiências foram iniciadas e levadas a termo com relativo sucesso (Guaranys; Castro, 1979, 18). Entretanto, na cultura brasileira chama a atenção um traço constante nessa área: descontinuidade dos projetos, principalmente os governamentais. Entre as primeiras experiências de maior destaque encontra-se certamente, a criação do Movimento de Educação de Base¬ (MEB), cuja preocupação básica era alfabetizar e apoiar os primeiros passos da educação de milhares de jovens e adultos, através das "escolas radiofônicas", principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Desde seus primeiros momentos, o MEB distinguiu¬-se pela utilização do rádio e montagem de uma perspectiva de sistema articulado de ensino com as classes populares. Porém, a repressão política que se seguiu ao golpe de 1964 desmantelou o projeto inicial, fazendo com que a proposta e os ideais de educação popular de massa daquela instituição fossem abandonados.

5. O DESENVOLVIMENTODA EAD NOS ANOS 60

O verdadeiro salto da EAD se dá a partir de meados dos anos 60 com a institucionalização de várias ações nos campos da educação secundária e superior, começando pela Europa (França e Inglaterra) e se expandindo aos demais continentes. Walter Perry e Greville Rumble (1987,4) citam as experiências que mais se destacaram. Em nível do ensino secundário: Hermods¬NKI Skolen, na Suécia; Radio ECCA, na llhas Canárias; Air Correspondence High School, na Coréia do Sul; Schools of the Air; na

Austrália; Telesecundária, no México; e National Extension College, no Reino Unido. Em nível universitário: Open University, no Reino Unido; FernUniversitat, na Alemanha; Indira Gandhi National Open University, na India; Universidade Estatal a Distância, na Costa Rica. As quais podemos acrescentar a Universidade Nacional Aberta, da Venezuela; Universidade Nacional de Educação a Distância, da Espanha; o Sistema de Educação a Distância, da Colômbia; a Universidade de Athabasca, no Canadá; a Universidade para Todos os Homens e as 28 universidades locais por televisão na China Popular, entre muitas outras.

6. A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA HOJE: CONTRIBUIÇÕES

Atualmente mais de 80 países, nos cinco continentes, adotam a educação a distância em todos os níveis de ensino, em sistemas formais e não-¬formais de ensino, atendendo a milhões de estudantes. A educação a distância tem sido largamente usada para treinamento e aperfeiçoamento de professores em serviço, como é o caso do México, Tanzania, Nigéria, Angola e Moçambique. Programas não-¬formais de ensino têm sido utilizados em larga escala para adultos nas áreas de saúde, agricultura e previdência social, tanto pela iniciativa privada como pela governamental.

7. A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA HOJE: CONTRIBUIÇÕES II

Hoje é crescente o número de instituições e empresas que desenvolvem programas de treinamento de recursos humanos através da modalidade da educação a distância. Na Alemanha, em que pese reclamações empresariais com respeito ao alto custo da mão¬-de-¬obra, o elevado índice de produtividade do trabalho está relacionado diretamente aos investimentos em treinamento e reciclagem. Na Europa, de forma acelerada se investe em educação a distância para o treinamento de pessoal na área financeira, representando o investimento em treinamento maior produtividade e redução de custos na ponta (Nunes, 1992a). Nos Estados Unidos, no programa do novo governo, que tomou posse em janeiro de 1993, ganha destaque o investimento em formação e treinamento de pessoal, o que irá certamente gerar significativo impulso à educação a distância naquele país.

8. BUSCANDO UM CONCEITO

As primeiras abordagens conceituais, que qualificavam a educação a distância pelo que ela não era, tomavam um referencial externo ao próprio objeto como paradigma, pois estabeleciam comparação imediata com a educação presencial, também denominada educação convencional, direta ou face-a-face, onde o professor, presente em sala de aula, é a figura central. No Brasil, até hoje, muitos costumam seguir o mesmo caminho, preferindo tratar a educação a distância a partir da comparação com a modalidade presencial da educação. Esse comportamento não é de todo incorreto, mas promove um entendimento parcial do que é educação a distância e, em alguns casos, estabelece termos de comparação pouco científicos.

Estudos mais recentes apontam para uma conceituação, se não homogênea, mais precisa do que é educação a distância.

9. CONCEITUANDO

Walter Perry e Greville Rumble (1987, 1¬2) afirmam que a característica básica da educação a distância é o estabelecimento de uma comunicação de dupla via, na medida em que professor e aluno não se encontram juntos na mesma sala requisitando, assim, meios que possibilitem a comunicação entre ambos como correspondência postal, correspondência eletrônica, telefone ou telex, rádio, "modem", vídeo¬disco controlado por computador, televisão apoiada em meios abertos de dupla comunicação, etc. Afirmam, também, que há muitas denominações utilizadas correntemente para descrever a educação a distância, como: estudo aberto, educação não-¬tradicional, estudo externo, extensão, estudo por contrato, estudo experimental. Desmond Keegan (1991, 29) afirma que o termo genérico de educação a distância inclui um conjunto de estratégias educativas referenciadas por: educação por correspondência, utilizado no Reino Unido; estudo em casa (home study), nos Estados Unidos; estudos externos (external studies), na Austrália; ensino a distância, na Open University do Reino Unido. E, também, télé¬enseignement, em francês; Fernstudium/Fernunterricht, em alemão; educación a distância, em espanhol; e teleducação, em português.

10. UM CONCEITO BRASILEIRO

Em português, é bom lembrar, educação a distância, ensino a distância e teleducação são termos utilizados para expressar o mesmo processo real. Contudo, algumas pessoas ainda confundem teleducação como sendo somente educação por televisão, esquecendo que tele vem do grego, que significa ao longe ou, no nosso caso, a distância. Há diferenças entre educação a distância e educação aberta, porém ainda prevalece, principalmente nos projetos universitários, forte ilusão de semelhança entre ambos os conceitos. No caso da educação aberta, esta pode ser a distância ou presencial, o que a diferencia da educação tradicional, é que todos podem nela ingressar, independentemente de escolaridade anterior. O aluno pode organizar seu próprio currículo e ir vencendo-¬o por seu próprio ritmo (Cirigliano, 1983, 11). Além disso, na expressão educação a distância, pode-se ou não usar a crase, pois ela é facultativa neste caso, sendo obrigatória somente quando define-se a distância, por exemplo: à distância de três metros. Visto isto, passemos a observar com maior detalhe, como pesquisadores da área expressam o que consideram essencial para a conceituação da educação a distância, conforme figura no estudo de Keegan (1991, 36¬38).

11. ALGUNS MÉTODOS E ESTRATÉGIAS: PRÁTICA ORIENTADA

Quanto mais familiares os professores estão com o projeto instrucional e com o processo de passar essas instruções, mais eficientes serão suas apresentações. Na prática, eles precisam utilizar métodos de diversificar as apresentações, selecionando várias atividades e interações entre aluno e

professor, escolhendo situações e exemplos relevantes aos seus alunos e avaliando o nível do aprendizado de alunos à distância. Eles também precisam prover orientação abundante, desenvolvendo cursos à que utilizam áudio, full motion video, gráficos e textos. Também, orientadores locais podem oferecer programas de treinamento que enfatizem a prática com os equipamentos que os alunos irão usar durante o curso. Estando familiarizados com o ambiente de trabalho, os alunos poderão engajar-se melhor no processo de aprendizado.

12. ALGUNS MÉTODOS E ESTRATÉGIAS: DESAFIOS BASEADOS NA MÍDIA

Instruções em língua estrangeira apresentam dificuldades especiais, não só devido a falta de uma interação de 2 caminhos imediata que caracteriza muitos projetos de educação a distância, mas também devido a perda de detalhes em videoconferências. Isto pode ser superado provendo-se práticas orais e estratégias instrucionais que encorajam diálogos frequentes entre alunos e professores. Ensino à Distância eficiente requer uma preparação extensiva, assim como uma adaptação de estratégias tradicionais ao novo ambiente de aprendizagem. Willis (1993) descreveu estratégias que são eficientes no ensino à distância: desenvolver métodos apropriados de feedback e reforços; adaptar aos diferentes estilos de aprendizado dos alunos; usar estudo de casos e exemplos; ser conciso; complementando os cursos com informações impressas. A variedade de mídias, também, apresenta um grande problema de pesquisa. Não se pode comparar cursos baseados em impressão, projetos eletrônicos na Internet,

audioconferências, e TV interativa, e esperar que essa comparação seja válida. Mcnabb (1994) nota que mais estudos experimentais devem ser feitos na área de seleção de mídia, onde os pesquisadores possam comparar a notabilidade de diferentes tecnologias na transmissão de conteúdos similares para um mesmo público.

13. ALGUNS MÉTODOS E ESTRATÉGIAS: APRENDIZADO POR INVESTIGAÇÃO E EQUIPE DE TRABALHO

O aprendizado por Investigação é uma nova técnica para muitos professores. O professor não é mais o sábio no estágio de fornecedor de um corpo fixo de informações, ele torna-se um facilitador da aprendizagem por descoberta de seus alunos, através de conferências progressivas. Professores progressistas, que são os primeiros adeptos da tecnologia, podem tornar-se agentes de mudanças para suas observações. Eles podem apoiar outros professores através de planejamentos, como um grupo, e trabalhando com módulos de aprendizado e equipamentos usando-os antes em sala de aula.

14. ALUNOS A DISTÂNCIA – OBJETIVOS E ANSEIOS

Muitas questões importantes derivam-se das características dos alunos à distância, cujos anseios e objetivos devem ser completamente diferentes dos alunos tradicionais. Anseios e Objetivos: Adultos têm muitas razões para buscar o ensino à distância: falta de tempo, distância, e finanças, a oportunidade de fazer cursos, e a possibilidade de entrar em contato com outros estudantes

de diferentes classes sociais, culturais, econômicas e experimentais. Como consequência eles ganham não só conhecimento, mas também novas habilidades sociais, incluindo a habilidade de comunicar e colaborar com colegas largamente dispersos, quem eles podem nunca ter visto.

15. ALUNOS A DISTÂNCIA: MODOS DE APRENDIZAGEM

Outra variável importante na eficácia do aprendizado é a preferência do aluno por um modo particular de aprendizado, ou seja, cooperativo, competitivo, ou individualizado. Muitos projetos de educação à distância incorporam aprendizado cooperativo, projetos colaborativos, e interatividade entre grupos de alunos e entre (sites). No entanto, o aprendizado eficaz requer tanto conhecimento do estilo do aluno como a preparação avançada da parte do professor ou do orientador local. Professores e orientadores locais são mais aptos a fazer decisões de currículo para atender as preferências de seus alunos, tal como agrupar determinados alunos produtivamente para um projeto, ou designar alunos para projetos de pesquisa individuais, se eles podem determinar o modo de aprendizado predominante dentro de sua sala de aula.

16. ALUNOS A DISTÂNCIA: FATORES QUE IINFLUENCIAM O SUCESSO

Silvia Charp (1994) notou que com grande autonomia, características dos alunos, tais como audição dinâmica e a habilidade de trabalhar independentemente sem um instrutor presente, tornam-se crucial para o sucesso. O estudo de Bernt e Bugbee examinou dois tipos de estratégias usados por alunos à distância: primária, estratégia do conhecimento, tais como audição dinâmica e concentração, e secundária, estratégias afetivas, tais como habilidade de trabalhar independentemente dos instrutores. Instrutores tendem a responsabilizar a alta taxa de desistência entre estudantes ao mal gerenciamento do tempo e protelação. No entanto, deve se considerar também o clima, geografia, eficiência do sistema postal, o suporte de rede da Universidade, facilidades de telecomunicações, e outros fatores.

17. ALUNOS A DISTÂNCIA: SUPORTE AO ALUNO

Há muitas maneiras de facilitar o suporte ao aluno. Professores de ensino a distância (studio teachers) podem visitar o site distante, ou os alunos podem ir até o estúdio. Teleconferências & audiovisuais ou conversas interativas com mentores ou outros alunos são duas alternativas de visitar o site em tempo real. Uma outra alternativa são questões enviadas pelos alunos por e-mail, ou fax. Professores também precisam de suporte quando estão aprendendo sobre novas tecnologias, independente do seu nível de experiência de aula. Neste ponto, eles precisam ter a possibilidade de comunicar-se com outros professores que já passaram por este problema.

18. ALGUMAS QUESTÕES OPERACIONAIS

Envolvem o planejamento, administração, gerência, e economia, os quais são cruciais para o sucesso do programa de educação à distância. Em particular nós devemos considerar as regras da tríade professor - orientador local - aluno, treinamento dos professores e auxiliares, implementação e adoção de novas tecnologias, e questões de planos de ação como facilidades, custos e programação de horário. Tríade professor - orientador local – aluno. Já que os professores de ensino à distância não estão em contato direto com seus alunos, a comunicação é mediada não só pela tecnologia, mas também por uma equipe que inclui editores, projetistas, produtores, técnicos, especialistas em mídia, tutores locais, auxiliares, orientadores locais, e provedores de serviço. Em particular iremos destacar as regras de duas pessoas chaves: o professor e o orientador local (site facilitator).

19. O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E O ORIENTADOR LOCAL

Os professores Schlosser e Anderson (1993) identificaram as novas habilidades as quais os professores devem aprender para assumir o papel de educadores à distância: entender a natureza e filosofia da educação à distância; identificar e desenvolver cursos interativos para satisfazer cada nova tecnologia; adaptar as estratégias de ensino para transmitir instruções à distância; organizar recursos instrucionais de uma forma satisfatória ao ensino à distância; treinar e praticar o uso de sistemas de telecomunicações; ficar envolvido na organização,

planejamento colaborativo e decisões; avaliar realizações, atitudes, e percepções dos alunos à distância; trabalhar com questões de direitos autorais. O orientador local: O orientador local é uma extensão do professor à distância, embora ele não precise ser um professor. Suas responsabilidades são: motivar e encorajar os alunos de sites remotos, elevar seus entusiasmos, e manter a disciplina. Já que suas atividades são similares às dos professores, os orientadores locais precisam de um treinamento similar. Entretanto, alguns orientadores locais consideram-se usuários finais, ao invés de projetistas, então eles sentem que precisam de menos ênfase no projeto de sistemas instrucionais.

20. A ADOÇAO DE TECNOLOGIA

Comprar, e manter equipamentos apropriados, e treinar professores e orientadores locais para executá-los eficientemente, são condições necessárias, porém não suficientes para assegurar uma escola de um excelente programa de ensino à distância. Há outros fatores, muitos dos quais são mais afetivo do que de conhecimento, tais como amistosidade do usuário e habilidade em implementar suporte ao aprendizado. Ravitch (1993) nota que a organização escolar tem sido tradicionalmente hierárquica e burocrática, enquanto que as novas tecnologias desafiam este modelo. Para uma adoção de tecnologia no ensino à distância com sucesso, quatro condições devem ser atendidas: treinar as habilidades necessárias para trabalhar com tecnologia; educação provendo visão e entendimento do estado de arte de

desenvolvimentos e aplicações; suporte para experimentos e inovações; tempo suficiente para aprender e praticar.